sexta-feira, setembro 01, 2006

Manifesto pelo MNA

(publicado em Archport, um pedido de tomada de posição pela causa; cada assinatura é mais um elo que fará a força onde ela é necessária)

"Para quando as obras de ampliação
do Museu Nacional de Arqueologia ?


Passa agora meio século desde que se iniciaram as diligências para que o actual Museu Nacional de Arqueologia (MNA) se veja dotado de melhores e mais amplas instalações.
Criado em 1893, por decreto de Bernardino Machado, e instalado desde 1900 no complexo monumental do Mosteiro dos Jerónimos, o MNA possui o único repositório de todos os povos e culturas do território português, desde as origens até à fundação da nacionalidade. As suas colecções constituem, em vários domínios, um dos mais importantes acervos arqueológicos da Europa. A recente inclusão na lista dos “Tesouros Nacionais” de largas centenas de peças do MNA confirma plenamente estas avaliações.
Todavia, mesmo a maior parte das peças mais notáveis encontra-se permanentemente em reserva, por falta de espaço expositivo. Não obstante a notável actividade que tem desenvolvido, a excelência dos serviços que presta e a qualidade das exposições temporárias que promove, o MNA não possui sequer uma galeria permanente que dê a conhecer as suas colecções de referência a nacionais e estrangeiros.
Sucessivos Governos, nas pessoas dos ministros da Cultura e dos primeiros-ministros, têm na última década prometido solenemente a realização de obras de remodelação e ampliação do Museu, no complexo dos Jerónimos. Este objectivo foi considerado prioritário e incluído em programas eleitorais e de governação. Chegou a ter financiamento inscrito no Programa Operacional da Cultura que está agora a chegar ao fim. Mas os anos correm sem que se vejam resultados.
O projecto de revitalização da zona de Belém, recentemente divulgado, apenas assinala a intenção de infra-estruturar sumariamente o pátio comum com o Museu de Marinha, nada dizendo sobre a prometida obra de fundo do MNA – que no entanto foi objecto de sucessivos projectos arquitectónicos muito qualificados, encomendados e pagos por dinheiros públicos, visando não só alargar significativamente as áreas expositivas do Museu como qualificar zonas importantes dos Jerónimos do século XIX.
Por tudo isto, os signatários sentem-se no dever e no direito de perguntar o que se passa. De saber porque não são levados à prática os compromissos dos governantes e se anunciam outros cuja pertinência e prioridade muito ganhariam em ser previamente discutidas com os especialistas e sujeitas a escrutínio público, tendo em conta a coerência global da oferta museológica portuguesa.
Declarando-se nesta circunstância amigos da Casa que um dia José Leite de Vasconcelos fundou, os signatários mantêm-se atentos ao futuro próximo do MNA e manifestam-se contra o arrastamento deste magno problema da museologia portuguesa. Instam, pois, os poderes governativos a que passem das palavras aos actos e publicamente apresentem um programa de intervenção credível.
Em 30 de Maio de 2006."

A assinatura pelo manifesto pode ser entregue nas seguintes opções:

- envio por correio para
Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia
Praça do Império
1400-206 Lisboa

- envio por fax para:
Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia
213620016

- declaração de subscrição (nome + profissão/função/cargo) para o seguinte e-mail:
manifesto_gamna@sapo.pt

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