segunda-feira, agosto 01, 2005

À descoberta de... Castro Marim

Voltei com noticias, pois é, e desta vez com uma nova rubrica que espero cumprir. O meu sumisso deve-se a uma estranha vontade de estar longe do computador, juntamente com um periodo de escavações e um pé com ruptura de ligamentos (após o referido periodo de escavações)

Hoje vou falar do concelho de Castro Marim:


História

Terra de fenícios, cartagineses, vandalos e mouros, em 1277 o rei D. Afonso III concede-lhes a carta de foral e ergue a cerca medieval, que permitiu o desenvolvimento da vila intra muros.

Mais tarde, no reinado de D. Dinis, compensando a perda de Ayamonte que passou para o domínio de Castela, mandou reforçar a fortificação, ampliando-a com a construção da Muralha de Fora, para abrigo e defesa da população, atraindo-a com a confirmação e ampliação dos privilégios atribuidos pelo seu pai D. Afonso III, concedendo-lhe nova Carta de Foral em 1282.

Castro Marim pela sua localização geo-raiana conseguiu atrair com a ajuda do rei D. Dinis e pela bula papal instituída pelo papa João XXII, a Ordem de Santiago, que terá herdado os bens da Ordem dos Templários extinta em 1321, instalando a sua sede no Castelo de Castro Marim em 1319 até 1356, ano em que foi transferida, por ordem de D. Pedro I, para Tomar, devido à cessação das lutas contra os mouros e de um progressivo desprestígio da zona.

A partir dessa altura, a importância deste Castelo foi diminuindo e a vila começou a despovoar-se, apesar dos privilégios atribuídos pelos monarcas.
Com a entrada do século XV, e com o incremento das campanhas ultramarinas, a Coroa Portuguesa encontrou no Algarve o melhor posicionamento geográfico e estratégico, pela proximidade ao Norte de África mantendo, assim, mais facilmente essas praças, controloando-as, para além de controlar possíveis ataques de corsários vindos do sul ou da vizinha Espanha.

Castro Marim tornava-se assim, pela sua localização geográfica, numa das principais praças de guerra aquando do destacamento das nossas tropas além-mar, perdendo o seu apogeu relativamente a outras praças de guerra algarvias durante o século XVI.

Durante o reinado de D. Manuel I, com a nova Carta de Foral atribuída a esta vila em 1504, inicou-se relevante obras de restauro e defesa do Castelo, inicadas em 1509.
Estas obras visaram um duplo objectivo de apoio às conquistas ultramarinas e de vigilância aos possíveis ataques corsários a que esta vila estava sujeita.

Dentro do recinto muralhado, situavam-se as ruínas da Igreja de Santiago, primitiva matriz da vila, construída no século XIV, a Igreja de Santa Maria e antiga Igreja da Misericórdia, junto à porta de Armas, que serviu a população até ao século XVI, altura em que a vila começou a crescer para fora do recinto muralhado, significando o aumento de terra firme.

Por este motivo e com o incremento das estruturas abaloartadas durante o século XV, mandou D. João IV, aquando das Guerras da Restauração em 1640, dada a importância militar desse ponto, restaurar o Castelo e fazer novas obras de fortificação, construindo o Forte de S. Sebastião e de Revelim / Forte de S. António.

O Forte de S. Sebastião, implantado no serro do Cabeço onde se encontrava uma Ermida dedicada a S. Sebastião destruída aquando das obras do Forte a sul do monte do Castelo, é composto por planta irregular com 5 baluartes, de fachada principal a norte por onde comunicava com o Castelo por um pano de muralha e entrada coberta.

O Revelim / Forte de S. António a nascente do Forte de S. Sebastão, construído sobre o Serro chamado Rocha do Zambujal, que pelo seu avanço relativamente às outras fortificação, estava destinado a comandar a travessia e navegação do Guadiana. Dentro deste sistema defensivo mandou o rei construir uma Ermida dedicada a S. António que possuía um altar ao mártir S. Sebastião.

Grande abalo sofreu esta vila aquando do terramoto de 1 de Novembro de 1755, destruindo-lhe grande parte do seu património arquitectónico.

Actividades Culturais

São já bem conhecidos os Dias Medievais de Castro Marim; cerca de 3-4 dias em Setembro de animação no castelo a rigor; desde a apresentação de artes e ofícios, desfile de trajados, banquete, apresentação de instrumentos de tortura medievais, concertos de música de influencia medieval... está tudo lá. É uma viagem ao passado e para quem quer ser mais realista pode sempre trocar os euros pelas moedas do festival e efectuar as suas compras com estas!

É no dia 24 de Junho que Castro Marim comemora o seu feriado municipal, com um variado programa de animação cultural e desportiva. Espectáculos musicais, passeios em contacto com a Natureza, campeonatos de diversas modalidades desportivas, momentos culturais diversificados compõem o programa destas festas que, decorrem, habitualmente, durante dois/três dias, no mês de Junho.

Festa Anual de N.ª Sra. dos Mártires - 15 de Agosto - De acordo com a tradição, Nossa Senhora dos Mártires, padroeira da vila de Castro Marim é homenageada, durante cinco dias, com festas em sua honra, que ocorrem em Agosto.Ao longo de cinco dias, Castro Marim está em festa, marcada quer por momentos religiosos, onde os castromarinenses manifestarão a sua fé, quer por espectáculos musicais, por acontecimentos desportivos e pela tradicional Feira de Artesanato.O certame conta com a participação de dezenas de artesãos que trabalham ao vivo, executando trabalhos de grande qualidade e valor artístico em diversas áreas: cestaria, tecelagem, junco/tábua, renda a bilros, sapataria, albardaria, empreita, doçaria e pão caseiro...Nas Festas de Nossa Senhora dos Mártires participam largas centenas de pessoas, que visitam Castro Marim no mês de Agosto, assistindo a excelentes espectáculos de música moderna, actividades desportivas ...Ao longo de cinco dias, Castro Marim vivencia momentos singulares de uma tradição festiva.

Gastronomia

Gaspacho, robalos, linguados, douradas, bifes de atum, marisco, carne de porco, cozidos de grão e feijão, favas, milho ou ervilhas, todos eles ingredientes são típicos da região onde se juntam as tradições herdadas dos árabes, como a amendoa e os figos... o resto é só imaginar e pedir por mais! Quanto aos doces: morgados, os doces de figo, as queijadas de amêndoa, os dom rodrigos e os coloridos docinhos de amêndoa. O "bota-a-baixo" pode ser feito com licor de figo, de amendoa ou medronho.

Turismo de papo para o ar!

Nas paisagens de Castro Marim reina o Sol. Marcando presença todos os dias, aquece a natureza, faz dourada a pele, dá vida à praia. As Praias de Altura, Cabeço, Alagoa, Verde e Retur, unidas por um largo e vasto areal, são das mais belas da costa algarvia. Envolvidas por uma vegetação de verde pinhais e aromáticas estevas, são paraísos a descobrir. Estendem-se numa orla de azuis profundos e areias finas e brancas, que nos escapam entre os dedos. Com um clima muito ameno, estas praias banhadas por águas calmas e de temperaturas quentes, embalam-nos ao som de suaves ondas.

Informações disponiveis em: C. M. Castro Marim

1 comentário:

  1. Castro Marim faz uma viagem anual aos tempos idos onde a luz não era a das Trevas. Era simplesmente uma outra luz, cheia de vida.
    Sou repetente nessa viagem em Castro Marim ...

    Nota: aconselha-se umas botas para andar por lá e nas escavações também.

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