quarta-feira, dezembro 22, 2004

Arqueologia ao largo de Faro

Os vestígios de um galeão afundado há 300 anos e de um bombardeiro da II Guerra Mundial são as duas ‘jóias’ subaquáticas que os amantes do mergulho podem descobrir ao largo de Faro, no Algarve, a troco de 50 euros.

Estes ‘mergulhos’ são organizados pela Hidroespaço, uma das poucas entidades privadas que, a nível nacional, explora circuitos arqueólogicos subaquáticos, através de um protocolo formado com o Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS).
As visitas, possíveis desde Agosto de 2003, ao que resta do avião e do navio – descoberto por acaso há oito anos por dois mergulhadores em lazer – são as mais procuradas da panóplia de locais para onde aquele centro de mergulho organiza saídas.
Os destroços do avião mantêm-se relativamente intactos. No entanto, o mesmo não se pode dizer do navio, do qual ainda só foi descoberto o que se julga ser a carga – peças de artilharia, canhões e ferro.
Os vestígios encontram-se em frente à Barrinha (extremo Oeste da Praia de Faro), a uma milha da costa – cerca de dois quilómetros –, mas a estrutura do galeão em si ainda está por descobrir.

GUIA CERTIFICADO

De acordo com Fátima Noronha, sócia da Hidroespaço, o navio faria parte de uma frota de 400 embarcações inglesas e holandesas atacadas por espanhóis no Cabo de São Vicente.
“Supõe-se que os destroços do navio estejam enterrados na areia mas o Governo diz que não há dinheiro para mais campanhas arqueológicas”, lamentou-se a bióloga marinha.
O avião – um B-24 com 36 metros de envergadura e quatro motores – caiu no mar a 30 de Novembro de 1942, em plena II Guerra Mundial. Seis dos seus onze tripulantes acabariam por ser salvos por três pescadores algarvios, um dos quais ainda está vivo.
Os destroços encontram-se em frente à Praia de Faro, a uma milha e meia da costa. As asas e os motores ainda estão relativamente intactos – falta apenas a carlinga –, e já foram encontradas partes da cauda, hélices, peças de metralhadoras, balas.

“Estamos a tentar fazer um pouco de arqueólogos e a fazer buscas para encontrar mais peças, para depois ligá-las todas e fazer um roteiro. Mas está tudo muito disperso”, declarou Fátima Noronha.

Mas nem toda a gente está apta a ‘mergulhar’ nas profundezas da História, principalmente na zona onde está o navio, a cerca de 30 metros de profundidade, cujo mergulho é orientado por um guia certificado.
Lusa

o artigo pode ser visto em Correio da Manhã

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